"A meta final do JUDÔ KODOKAN é o aperfeiçoamento do indivíduo por si mesmo, desenvolvendo um espírito que deve buscar a verdade através de esforço constante e da sua total abnegação, para contribuir na prosperidade e no bem estar da raça humana" "Nada sob o céu é mais importante que a educação. Os ensinamentos de uma pessoa virtuosa podem influênciar uma multidão; aquilo que foi bem aprendido por uma geração pode ser transmitidas a outras cem." Jigoro Kano

A verdadeira história do Judô Parte dois


Gishin Fukanoshi ensina Karatê na Kodokan

O Ministério da Educação anunciou perto do final do ano de 1921, que seria realizada uma demonstração de Artes Marciais Japonesas Antigas na Escola Superior para mulheres, localizada em Ochanomizu, Tóquio, na primavera seguinte. A prefeitura de Okinawa foi convidada a participar da demonstração, e o departamento de educação pediu para o Sensei Gichin Funakoshi, que apresentasse à sua arte local, o Karatê à capital japonesa. Após Funakoshi aceitar foram logo traçados os planos para realização da mesma. Toda a demonstração foi um grande sucesso.
Quando planejava o regresso a Okinawa, imediatamente depois da demonstração. Teve que adiar o retorno, pois o presidente da Kodokan Judô, Jigoro Kano, pediu para que proferisse uma palestra sobre a arte do Karatê.
Funakoshi hesitou inicialmente, pois não se sentia suficientemente preparado, mas devido ao favor de Kano, concordou em demonstrar-lhe alguns katas. O lugar seria a própria Kodokan, Funakoshi tinha pensado que apenas um grupo muito pequeno, provavelmente constituído pela equipe de instrutores seniores, estaria presente na apresentação. Para seu grande espanto, havia mais de cem espectadores esperando quando chegou, como parceiro de demonstração escolheu Shinkin Gima, que na ocasião estudava na Shoka Daigaku de Tóquio, hoje Universidade Hilot Subashi. Gima era um karateca excelente que havia praticado intensamente antes de sair de Okinawa. Muito impressionado Kano perguntou a Funakoshi quanto tempo seria necessário para dominar os katas que tinham sido demonstrados.
- Um ano, pelo menos. – respondeu Funakoshi.
- Há, isso é muito tempo. – disse Kano. Você poderia ensinar-me apenas alguns dos mais básicos?
Funakoshi sentiu-se muito honrado por esse pedido de um grande mestre de Judô como Jigoro Kano, e, assim concordou.
Com a mulher japonesa começando a entusiasmar-se pela prática do judô, em 1923, a Kodokan inaugurou um departamento feminino. Em 1934, a Kodokan estaria instalada em edifício de três andares, ocupando uma área de 2000m², aproximadamente.
Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo ju-jutsu ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado.

Judô e o Aikidô

No ano de 1930, Morihei Ueshiba criador do aikidô, após a construção de sua nova academia, nos subúrbios de Ushigome, Wakamatsu-cho, recebeu a visita do professor Jigoro Kano, fundador do Judô e chefe do Kodokan - escola do Judô. Kano ficou muito impressionado com a arte ali praticada e elogiou muito o que viu, dizendo "Esse é o meu Budo ideal!", enviando dois de seus alunos, Jiro Takeda e Minoru Mochizuki, para treinar com Morihei.Houve um intercânbio entre estudantes de Kano com mestre Morihei, um desses alunos foi Tomiki Shihan.
Em 1926, Tomiki Shihan conheceu Mestre Ueshiba na Universidade de Waseda – Tóquio, onde estudava, e com incentivo de Mestre Jigoro Kano, tornou-se um de seus melhores alunos.



A origem do nome Judô

Em 1882 Kano abriu seu próprio Dojô, chamado Kodokan, onde ensinava uma variação moderna do Jujutsu que ele chamava Judô. A mudança do nome se devia ao fato de que Mestre Kano não queria que sua arte tivesse a conotação negativa conferida aos praticantes de Jujutsu, pois considerava repugnante a prostituição das artes marciais através de combates remunerados e desafios. Além disso a palavra "Do", caminho, era mais adequada aos seus objetivos: fazer do Judô um caminho, uma prática saudável para o corpo e para a mente e possível de ser praticado por homens e mulheres de qualquer idade. Em sua época era freqüente o número de acidentes sérios durante os treinos de Ju-jutsu. Jigoro Kano afirmou ainda que o têrmo escolhido, "judô", não havia sido criado por ele, mas era muito antigo, sendo utilizado pela escola Jikishin Ryu. Para diferenciar a sua arte ele a denominava "Kodokan Judô", nome pela qual ainda é conhecida.

Em 1898, em uma de suas conferências, Jigoro Kano, assim se pronunciou:

"Eu estudei ju-jutsu não somente porque o achei interessante, mas também, porque compreendi que seria o meio mais eficaz para a educação do físico e do espírito. Porém, era necessário aprimorar o velho ju-jutsu, para torná-lo acessível a todos, modificar seus objetivos que não eram voltados para a educação física ou para a moral, nem muito menos para a cultura intelectual. Por outro lado, como as escolas de ju-jutsu apesar de suas qualidades tinham muitos defeitos - concluí que era necessário reformular o ju-jutsu mesmo como arte de combate. Quando comecei a ensinar o ju-jutsu estava caindo em descrédito. Alguns mestres desta arte ganhavam a vida organizando espetáculos entre seus alunos, por meio de lutas, cobrando daqueles que quisessem assistir. Outros se prestavam a ser artistas da luta junto com profissionais de sumô. Tais práticas degradantes prostituíam uma arte marcial e isso me era repugnante. Eis a razão de ter evitado o termo ju-jutsu e adotado o do judô. E para distinguí-lo da academia Jikishin Ryu, que também empregava o termo judô, denominei a minha escola de Judô Kodokan, apesar de soar um pouco longo."


































A história do Judô no Brasil

As primeiras referências que encontramos quanto à introdução do Judô no Brasil, datam de muitos anos após a criação desta arte marcial no Japão, pelo mestre Jigoro Kano. Mesmo assim aproveitando-se do maior conhecimento do antigo ju-jutsu fora do Japão, os adeptos do nova arte que surgia faziam a sua propaganda mantendo a denominação antiga, confundindo e criando polêmica até hoje existente entre os leigos quanto às origens do judô.
O judô foi implantado no Brasil por volta do ano de 1908 com o advento da imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência ao judô, entretanto não há registros de nomes, datas ou locais. Existem referências muito vagas sobre um certo professor Miura que teria ensinado judô em nossa pátria por volta de 1903, mas foi no início dos anos vinte que chegou o judô ao Brasil de forma definitiva, impressionando os brasileiros pela facilidade com que os japoneses venciam os desafios feitos aos nossos lutadores.
Sendo assim podemos afirmar que o judô foi introduzido em nosso país por duas correntes diferentes, de um lado temos uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Maru e subseqüentes, que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivativo, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem fins lucrativos. O primeiro registro com referência a esse grupo iriam para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em 1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais.
Em outro lado, em uma outra corrente estavam os "lutadores", isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios (vale-tudo), lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou complementação financeira. Entre este colocaríamos Mitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Geo Omori, Ono, visto por este lado, o judô começou a ser implantado no início dos anos vinte.
Olhando uma forma e outra achamos que a primazia pode realmente estar com os japoneses do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram na época foi à atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação do judô naquela época.
Foi no início dos anos vinte que chegou ao Brasil Mitsuyo Maeda, ou Eisei Maeda como querem alguns, tendo ele a seu crédito o primeiro registro nos anais da história do judô brasileiro, aceitando desafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola com algum sucesso. De seus vários alunos, restou a família Gracie que deu continuidade ao seu trabalho, progredindo e fundando novas escolas em algumas capitais e se projetando no cenário esportivo brasileiro chamando a arte ensinada por Maeda de “Gracie Jiu-jitsu”.
Muitos outros personagens também apresentam-se como importantes perante a iniciação da consolidação do judô nacional, que a maior difusão se deu em São Paulo e Rio de Janeiro, por onde passam ou surgem grandes praticantes. Foi de grande importância a presença do professor Kotani no país em 1939.Se destcam Takeo Yano, Yassuiti Ono, Teronozuke Ono, Noburo Ogino, Ogawa, Omar Cairuz como os precursores do Judô e foi nesa época que "a denominação Judô aparece pela primeira vez com a Academia Cordeiro".
Existem referencias de um Japonês de nome Takaji Saigo, podendo ser ligado a Kodokan. Este abriu uma academia em São Paulo. Outro personagem é Geo Onori, que em 1929, demostrava o Judô em circos e aceitava desafios. Tatsuo Otoshi que chega ao Brasil em 1929, seguido de Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros como referência a grupos que se formaram como conseqüência da chegada do Kasato Maru. Também distingue-se a presença de Yasuichi Ono, que chega em 1928, que devido a sua dedicação pelo Judô, Ono abre sua "academia-mãe" em 1932. Ryuzo Ogawa, que chega ao Brasil em 1934, como sendo um idealista que objetiva um trabalho iniciado em 1938 para organizar e difundir o Judô com grande amplitude e ideais mais elevados. Ele procura separar o Judô definitivamente do nome “Jiu-jitsu”, projetando o esporte na preferência dos brasileiros. O personagem que mais possui crédito para ser considerado o precursor do judô no Brasil é o Conde Koma, cujo nome seria Mitsuyo Maeda, ou como alguns autores citam, Eisei Maeda, apesar de ter aparecido anos após a entrada dos primeiros imigrantes japoneses, Maeda vem como divulgador do Judô e ”Jiu-jitsu”. Segundo a Biografia de Maeda na História Seriada, Maeda veio para a América, primeiramente nos Estados Unidos como enviado especial da Kodokan para divulgar o Judô, coloca-se ainda que vieram junto com ele quatro personagens importantes, Tomita, Sakate, Ono e Ito, percorrendo desde os Estados Unidos, América Central até a América do Sul. Vieram para divulgar a "arte do Kodokan" por demonstração e em combates de desafios ("Vale Tudo").Existe uma controvérsia sobre a afirmação (encontrada em vários textos) de que Soichiro Satake deixou o Japão juntamente com Tsunejiro Tomita e Mitsuyo Maeda (em fins de 1904) não é mais aceita por nenhum dos pesquisadores atuais, por total falta de evidências (embora tenha constado de textos japoneses escritos entre 1930 e 1940, e daí a versão ter sido passada a diante).

Quem pesquisou registros antigos só encontrou referências a Maeda, e mais ninguém, ter acompanhado o mais velho Tomita. Acontece que Maeda e Satake eram os melhores lutadores do Kodokan e amigos próximos no Japão, e acabaram se reencontrando, por volta de 1907 ou 1908.

Ao que tudo indica, Satake somente chegou aos EUA em 1907, junto com uma equipe de Sumô, que excursionou pelo país em missão cultural na ocasião. Satake era um excelente lutador de Sumô amador desde garoto em sua província. Chegou no Kodokan jovem, e tornou-se um dos melhores judokas da época.

Pesquisadores japoneses, americanos e ingleses estão de acordo quanto à chegada de Satake nos EUA só em 1907. O reencontro de Maeda e Satake pode ter acontecido nos Estados Unidos (New York) em fins de 1908 ou na Inglaterra (Londres), ainda em 1907. controvérsia sobre a chegada de Maeda no país, alguns autores adotam datas diferentes para a sua chegada, como Calleja (1979) que cita final da década de 20 e início da de 30, Virgílio, (1986), início da década de 20, Soares (1977), determina 22, junto com Hunger et al. (1995), entre outros autores, recentemente, porém, em artigo na revista Judô, Rildo Eros, relata a chegada do Conde Koma, através da cópia do passaporte de Maeda cedido por Gotta Tsutsumi (Presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, revela que sua chegada ao Brasil teria sido em Porto Alegre no dia 14 de novembro de 1914 teria ganho o apelido de Conde Koma devido a sua elegância e semblante sempre triste. no Brasil ele teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público. Hunger et. al. (1995), coloca que Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".Maeda também haveria criado uma escola em Belém do Pará, onde teve relativo sucesso, sendo que falecera nesta cidade em 1941.Vários alunos que frequentaram sua academia, restou apenas a família Grace para dar continuidade ao seu trabalho, tendo progredido e fundado novas escolas em algumas capitais e projetando no cenário esportivo Brasileiro.Também no Brasil temos Luis França,que aprendeu "JIU JITSU" com Soichiro Satake,no Atlético Clube Rio Negro em Manaus.Luis França também teria tido aulas com Maeda o Conde Koma.


Mitsuyo Maeda o Conde Koma

Mitsuyo Maeda (前田光世 Maeda Mitsuyo?, ) Nasc. 18 de Novembro de 1878, falecido em 28 de Novembro de 1941, brasileiro naturalizado como Otávio Mitsuyo Maeda, foi judoca japonês e lutador de vale tudo. Conhecido como conde Koma, apelido ganho na Espanha em 1908. Junto a Antônio Soishiro Satake (outro japonês naturalizado brasileiro), ele foi o pioneiro do judô no Brasil no Reino Unido e em outros países. Maeda foi fundamental para o desenvolvimento do Brazilian JiuJitsu através do ensino ministrado à família Gracie. Também foi grande promotor da imigração japonesa para o Brasil.
Maeda venceu mais de 2000 lutas profissionais em sua carreira. Seus feitos o levaram a ser conhecido como “O Homem mais durão que já nasceu” e lembrado como o pai do Brazilian Jiu-Jitsu e pro-MMA.

Biografia

Maeda nasceu na vila de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aimori Prefecture a 18 de Novembro de 1878. Cursou seu segundo grau na Kenritsu Itiu High School. Quando criança era conhecido como Hideyo.
Praticou sumo quando adolescente, mas não prosseguiu devido à falta de estrutura corporal para este esporte. Por causa disso e pelo interesse gerado pelo sucesso do Judô nos embates contra o Ju-Jutsu, ele trocou o sumo pelo judô. Em 1894 com 17 anos de idade, seus parentes o enviaram a Tokyo para compor o time da Waseda University. Ele entou para o Kodokan no ano seguinte.
Anos de formação no Kodokan.
Quando Maeda deixou o Japão, o Judô era ainda conhecido como “Kano Ju-Jutsu ou ainda, mais genericamente apenas “Ju-Jutsu”.
Kigashi, o co-autor de “Kano Ju-Jutsu”, escreveu o prólogo “alguma confusão surgiu com o emprego do termo “judo”. Para esclarecer, vou declarar que judo é o termo selecionado pelo Professor Kano para descrever seu sistema mais precisamente que Ju-Jutsu. Professor Kano é um dos líderes da educação no Japão. E é natural que ele deva velar pela palavra técnica que mais precisamente descreva seu sistema. Mas os japoneses geralmente ainda chamam pela popular nomeclatura Ju-Jutsu”.
Quando Maeda e Satake chegaram ao Brazil em 1914, todos os jornais anunciaram “jiu-jitsu” apesar dos dois serem judocas do Kodokan.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é chamada de Jiujitsu. Quando os Gracies foram aos Estados Unidos divulgar sua arte, o sistema ficou conhecido como “Brazilian Jiu-Jitsu” ou “Gracie Jiu-Jitsu”.
Conde Koma e o “Brasilian Jiu-jitsu”
Mitsuyo Maeda , conhecido como Conde Koma, foi um grande mestre de judô. Depois de percorrer vários países divulgando o judô, chegou ao Brasil em 1915 e fixou residência em Belém do Pará, existindo até hoje nessa cidade a Academia Conde Koma. Um ano depois, conheceu Gastão Gracie. Gastão era pai de oito filhos, sendo cinco homens, tornou-se entusiasta do Judô e levou seu filho Carlos Gracie para aprender a luta japonesa.
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no “jiu-jitsu” o meio de realização pessoal que lhe faltava. Com dezenove anos de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo adversários mais fortes fisicamente.
Em 1925, voltando ao Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de jiu-jitsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à condição física franzina, característica de sua família.
Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo ju-jutsu ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado. Este fato técnico afetava o modo de se usar os termos "judô" e "jiu-jitsu", naturalmente. O que Jigoro Kano promovia no Kodokan era percebido por todos como sendo ju-jutsu, e o termo "ju-jutsu" era aplicado à prática do Kodokan. Muitos textos inclusive,chamavam aquela prática de "Kano ju-jutsu".
Jigor Kano e seus alunos, entre 1890 e 1904, usavam muito o termo "ju-jutsu" para a prática do Kodokan. Tudo era uma questão de ênfase e de contexto. Preferiram "Judô", somente quando queriam falar da parte filosófica e educativa. Mas usavam "ju-jutsu', quando falavam da parte puramente técnico-combativa.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é conhecida como “Jiu-jitsu”.
Nessa mesma época era aberta a primeira academia Gracie de “jiu-jitsu” no Brasil.
Foi só nos anos 40 que os praticantes do Brasil e em outros países começaram a usar o termo "Judô" de modo definitivo. Os Gracie, que resistiram a todas estas tendências, preservaram o termo dos tempos de Maeda, ou seja,"ju-jutsu” . No Brasil, temos o hábito de fazer referência "ao" ju-jutsu, como se fosse um único sistema de luta.
Segundo pesquisadores, não se trata de um sistema, mas de diversos sistemas de luta herdados do Japão Feudal. Justamente pelo Japão da época estar dividido em feudos, cada qual com suas atividades militares particulares, havia uma pluralidade de sistemas.
O ju-jutsu seria, então, conforme estudos, o termo geral para qualquer tipo de sistema de treinamento técnico para o combate desarmado, ou com armamento mínimo. Assim, também encontraremos diversos sistemas e escolas de ju-jutsu.
Ryu pode querer dizer escola ou sistema. Vale pelos dois, pois cada escola tem o seu sistema. E, conforme já mencionado, haviam várias, porque o Japão era militarmente dividido em clãs (ou "feudos", daí que dizemos "Japão Feudal").
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4 comentários:

Amigo Elton, vc comenta por algumas vezes Jiu Jitsu no Japão ( Observa-se na atura de desenho da técnica "Okuri Ashi Harai). Se possível gastaria de mais esclarecimentos, tais como existiu o Jiu Jitsu no Japão ? Ou só existiu as formas variádas do Ju Jutsu ?
Obrigado por hora.

olá meu caro conrad!
quando escrevo ju-jutsu, me refiro ao antigo método de luta dos samurais, a forma genérica dos sistemas de luta japoneses, já "jiu-jitsu" é a forma praticada no Brasil, no caso que nasceu do judô de Maeda, o Grecie jiu-jitsu, ou brasilian jiu-jitsu!

Anônimo | 29 de outubro de 2008 às 05:24 ¿Responder? |

Bom dia. Poderia me fornecer o endereço de alguma academia em São Paulo que ensine o Judo Tradicional,isto é, com uma abordagem mais direcionada à filosofia e defesa pessoal. Muito Obrigado. Alceu

Olá sou de São Paulo e gostaria de saber se tem alguma academia JUDO TRADICIONAL GOSHINJUTSUKAN? Qual endereço por favor!!!