"A meta final do JUDÔ KODOKAN é o aperfeiçoamento do indivíduo por si mesmo, desenvolvendo um espírito que deve buscar a verdade através de esforço constante e da sua total abnegação, para contribuir na prosperidade e no bem estar da raça humana" "Nada sob o céu é mais importante que a educação. Os ensinamentos de uma pessoa virtuosa podem influênciar uma multidão; aquilo que foi bem aprendido por uma geração pode ser transmitidas a outras cem." Jigoro Kano

Kuzushi


Refere-se às técnicas de desequilíbrio; a prática de judô baseia-se no equilíbrio, portanto é um estudo de grande importância já que através dele aplicamos todas as projeções. Para estudar as direções em que podemos desequilibrar, deve-se considerar o seguinte: O centro de gravidade do homem situa-se no baixo ventre. Sendo assim, quando a perpendicular traçada a partir do centro de gravidade até o solo cair fora do polígono de sustentação, encontra-se desequilibrado. Este desequilíbrio dá origem, nos praticantes, a oito direções designadas por happo-no-kuzushi; para frente; para trás; para direita; para esquerda e quatro oblíquas derivadas, assim como muitas outras. Assim quando o adversário se encontra em desequilíbrio para frente, temos de continuar o desequilíbrio, projetando-o para frente. Faremos para trás, quando se encontra em desequilíbrio para trás. Uma das máximas de Jigoro Kano, criador do Judô era: “um mínimo de força para um máximo de eficiência”. O Kuzushi (desiquilíbrio) materializa essa idéia.
Alguns estudiosos da obra de Jigoro Kano acreditam ter sido a sua maior contribuição o fato de ter analisado, dividido e dado nome às fases de projeção, ou seja, Kuzushi (desequilíbrio), Kake (entrada) e Tsukuri (posicionamento do corpo). Partindo destes princípios a aplicação de uma técnica abrangeria duas possibilidades:
a) Uma é escolher a técnica para depois preparar o adversário para recebê-la.
b) Outra é aproveitar um eventual desequilíbrio para aplicar a técnica mais conveniente e oportuna.
Em ambas as situações há a necessidade da quebra do equilíbrio do adversário (kuzushi).
O Kuzushi pode ser realizado em pé ou de joelhos,mas sem uma clara compreensão de Kuzushi o judoka terá pouco ou nenhum sucesso ao arremessar um oponente. Desequilibrar o oponente, especialmente no momento inicial do contato, é essencial.
Tsukuri
É a relação entre a sua posição e a do adversário. É colocar o seu corpo na melhor posição para aplicar a projeção, enquanto continua a desequilibrar o adversário. Tentar fazer uma projeção antes de estabelecer um tsukuri correto é pura perda de energia.

Kake
É a aplicação da projeção, obedecendo a seqüência: kuzushi, tsukuri e finalmente kake. Vale ressaltar que judô é usar a posição do adversário em benefício próprio e não projetá-lo por superioridade de peso ou força. Ao aplicar uma projeção, usa-se o corpo suavemente como uma só unidade. Todas as partes do corpo devem atuar em harmonia. Se bem que em cada projeção se dê maior ênfase à utilização de determinada parte do corpo, tal como mãos, quadris ou pés, em qualquer projeção é importante o movimento de todo o corpo. A parte do corpo a que se faz menção serve para orientar a projeção do adversário.

Alguns princípios para orientação
Deve-se manter o corpo relaxado, proporcionando maior flexibilidade e certa imprevisibilidade frente ao adversário. Para manter o equilíbrio flexiona-se os joelhos sem dobrar a cintura, demonstrando confiança. Na dúvida, faça um movimento rápido e decidido. Tentativas receosas são inúteis e representam perda de energia. Portanto estas três fases são muito importantes para execução perfeita das técnicas. Elas podem ser observadas no nage-no-kata (formas convencionais de projeção).
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