"A meta final do JUDÔ KODOKAN é o aperfeiçoamento do indivíduo por si mesmo, desenvolvendo um espírito que deve buscar a verdade através de esforço constante e da sua total abnegação, para contribuir na prosperidade e no bem estar da raça humana" "Nada sob o céu é mais importante que a educação. Os ensinamentos de uma pessoa virtuosa podem influênciar uma multidão; aquilo que foi bem aprendido por uma geração pode ser transmitidas a outras cem." Jigoro Kano

Judô vs Céu e Terra!!!!

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Essa postagem é dedicada a aqueles que afirmam categoricamente que o Kodokan não aceitava desafios contra outras modalidades de lutas, abaixo alguns dos principais combates que envolveram judocas em  várias partes do mundo. São homens que dedicaram suas vidas a propagar a arte de Jigoro Kano pelo mundo, e como provar a superioridade de um estilo ???
Confrontos direto é claro...



1)  Kodokan Judo________________________ VS____________________  Koryu Ju-jutsu.

Em 1883 a Polícia Metropolitana de Tóquio atraía professores de diversas escolas de Ju-jutsu e também do Judô. Todos foram convidados pela polícia de Tóquio. Por volta de 1886 o  quartel-General da Polícia de Tóquio promoveu um épico torneio entre o kodokan Judô e os melhores mestres de Ju-jutsu, e no dia do contexto, haveria um duelo entre escolas, os mestres do Totsusuka-há Yoshin Ryu contra o recente criado Kodokan Judô de Jigoro Kano.

“Parecia que o Kodokan contava com todo o Japão e tinha que ter o espírito de estar sempre preparado para qualquer coisa.”

Jigoro Kano.

O Kodokan venceu de maneira estrondosa, perdendo apenas duas lutas e empatando uma da 15 lutas programadas.



Tomita Sakushiro
Yamashita Yoshiazu
Yokoyama Sakushiro ___________VS__________________  Totsusuka-há Yoshin Ryu
Shiro Saigo



2)  Yamashita __________VS___________________Wrestler Americano

Em 1903, um professor sênior da Kodokan, Yoshiaki Yamashita, viajou para os Estados Unidos a pedido do empresário americano Seattle Sam Hill. Em Washington, DC, Yamashita fez demonstrações e ganhou proeminentes alunos americanos.
Por pedido do presidente Americano, na época, Theodoro Roosevelt, Yamashita também ensinou Judô na Academia Naval americana.
 Carta do Presidente  Theodore Roosevelt se referindo a luta entre Yamashita e o wrestler amaricano.

"Querida Kermit:
…Eu continuo treinando Boxe com Grant, que agora se torna o campeão dos pesos médios de Wrestling dos Estados Unidos. Ontem à tarde, nós encontramos o professor Yamashita (Yamashita na foto,  era o instrutor de Judô de Roosevelt antes de Maeda e Tomita chegarem aos EUA) para lutar com Grant. Foi muito interessante, mas claro ju-jutsu e o nosso wrestling estão tão distantes um do outro, que é difícil fazer qualquer comparação entre eles. Wrestling é somente um esporte com regras tão convencional quanto aquelas do Tênis, enquanto o ju-jutsu realmente significa na prática de matar ou inutilizar nosso adversário. Em conseqüência, Grant não sabia o que fazer a não ser colocar Yamashita de costas, e Yamashita ficou confortável nesta posição. Em menos de um minuto, Yamashita tinha estrangulado Grant e dentro de mais um minuto mais ele o pegou em uma chave de braço que poderia ter quebrado o mesmo; então não houve dúvidas quanto à quem venceu. Então ficou claro que um homem do ju-jutsu pode bater um wrestler comum, Mas Grant no wrestling e nas quedas era tão bom quanto o japonês, e era tão forte que evidentemente machuca e preocupa os japoneses. Com um pouco de prática na arte, tenho certeza que um de nossos wrestlers ou boxers pode, simplesmente dada a sua força superior e resistência ,estar apto a matar qualquer japonês, que são excelentes lutadores para seus tamanhos e pesos, apesar de muito pequenos para manter vitórias contra adversários maiores, mais fortes, rápidos e bem treinados.
Theodore Roosevelt (1858-1919)
(Theodore Roosevelt's Letters to His Children. 1919. NEW YORK: CHARLES SCRIBNER'S SONS, 1919 NEW YORK: BARTLEBY.COM, 1999)



 3) Takeo Hirose______________VS____________________ Militares Russos.
O Judô foi introduzido na Rússia pelo comandante Hirose (Takeo Hirose- 1868-1904- herói naval da guerra russo-japonesa.) e membro do Kodokan.(foto) em 1887. . .
"Hirose, na presença do Czar, numa recpção por esse oferecida, foi desacatado por um oficial russo que, ignorando as normas da hospitalidade e da boa educação, afirmou enfaticamente que o japonês só era valente quando em maior número e que o judô nada valia frente a bons lutadores  russos...Hirose, que ingressara no Kodokan em 1886, ao mesmo tempo que freguentava a Escola Naval, prontamente respondeu, em alto e bom som : " Escolha três dos seus melhores lutadores, os mais forte e eu luto com eles onde e quando quiserem". Hirose, com apenas 1.71m. de altura de 71 quilos de peso, derrotou seguidamente os três gigantes russos.Espantados com a facilidade que o oficial japonês os derrotou, os presentes não acreditavam no que viam. A partir daí, Hirouse passou a ensinar judô em terras russas."
  Hirose estudou na Academia Naval Imperial Japonês em Etajima , graduando-se em 1889.Ele serviu a bordo do navio de guerra  Fuso durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa e entrou em ação na Batalha do rio Yalu em 17 de setembro de 1894. De 1897 a 1899 ele foi enviado para estudar na Rússia e ficou como adido militar residente em São Petersburg até1902. Durante seu tempo como adido ele foi em uma excursão da Alemanha , França e Grã-Bretanha .  Ele foi promovido a tenente-comandante em 1900. Quando o Japão entrou em guerra contra a Rússia na Guerra Russo-Japonesa em 1904, Hirose servido a bordo do  Asahi como oficial de torpedo.No entanto, durante a Batalha de Port Arthur , ele se tornou o comandante da Fukuimaru que foi usado  durante a segunda tentativa de bloqueio do porto.
Em 27 de março, ao procurar seu subordinado que estava desaparecido ele foi morto a tiros pelos russos.
Por causa de seu heroísmo, ele foi postumamente promovido a comandante, e endeusado como um "deus militar" (军神gunshin), e um santuário de Xintoísmo foi construída em sua honra em Taketa, Oita .  
  Uma estátua dele também foi erguido fora da Estação Ferroviária Manseibashi .







4) Ad Santel _________vs________ Tokugoro Ito

Foram duas lutas entre Ito e Santel em 1916, na primeira santel saiu vitorioso devido a uma queda violenta aplicada em Ito, seis meses depois uma nova luta com vitória de Ito por estrangulamento, mas as provocações de Santel contra o Kodokan não parariam por causa daquela derrota.

Tokugoro Ito February 5, 1916 San Francisco Win for Santel
Tokugoro Ito June 10, 1916 San Francisco Win for Ito

O Kodokan foi  questionado se derrota do Sr. Ito nesta luta entre estilos teria refletido negativamente na imagem judô Kodokan. (Santel enfrentando o Kodokan Foto)
O Kodokan respondeu que permitia lutas mistas contra boxers e wrestlers, para fins de pesquisa, porém proibia tais confrontos quando tivessem como finalidade o ganho financeiro ( isso joga por terra toda aquela estórinha de que o Kodokan não aceitava confrontos contra outros estilos de luta). Sobre esta luta o Kodokan enfatizou que o Sr. Ito está fora do Japão há anos e que a falta de oportunidade para treinar com oponentes fortes contribuiu para sua inabilidade judoística. Ademais, o seu quinto dan não significa que seu conhecimento seja o do melhor judô. Na verdade, seu quinto dan representa a metade do caminho entre o primeiro e o décimo dans. Além disso,o Kodokan concluiu que a derrota do Sr. Ito não refletiu negativamente na eficácia das técnicas do judô, mas ao revésna pobre performace do Sr. Ito.

  Santel continuava a ofender o /Kodokan, resposta do Kodokan de Jigoro Kano  foi rápida e veio em forma de outro desafio, o faixa preta de 4º grau - Daisuke Sakai. Mas Santel derrotou o representante do Judô de Kodokan.

Além de ser um lutador de primeira classe do estílo ocidental, Santel aprendeu rapidamente novas técnicas a partir de seus desafios contra lutadores de Jujutsu e Judô Kodokan, já haviam lutadores japoneses perambulando pelos Estados Unidos desde 1880.
Kodokan tentou parar o lendário lutador mandando homens como o faixa preta de 5º grau - Reijiro Nagata (que foi derrotado por Santel por nocaute técnico). Santel também derrotou o faixa preta de 5º grau Hikoo Shoji. As disputas acabariam, após Santel, que ainda não sentido o gosto da derrota pra um representante do Kodokan, desistir de reclamar o título de campeão mundial de Judô em 1924 para seguir uma carreira de lutador profissional em tempo integral.Nesse mesmo ano Santel fez sua última luta contra o Kodokan, ele enfrentou um lutador chamado Ota, a luta de três tempos terminou empatada.
No Japão, o impacto destas perfomances foi imenso. Os japonêses ficaram fascinados com o estilo de wrestling europeu e muitos japoneses viajaram à europa ou para participar nos torneios ou para aprender catch wrestling nas escolas européias.
1914 or 1915
The World Light Heavyweight Champion Ad Santel defeats judoka Tokugoro Itoh, a 5-dan (5th degree black belt), for a judo match in San Francisco. Santel wins when Ito cracks his head and is unable to continue. Santel claims to be the "World Judo Champion."

10/20/1917
Santel meets Taro Miyake in Seattle. Santel slams Miyake so hard that Miyake has "dizzy spells for half an hour after the fall."

11/02/1917
Santel defeats Daisuke Sakai, a Kodokan 4-dan in the Seattle Dojo, in San Francisco.

03/05/1921
Santel goes to Japan and challenges the Kodokan. Although Kodokan orders its judokas not to accept the challenge, Reijiro Nagata (5-dan) and Hikoo Shoji (4-dan) take the challenge. They hold the wrestling vs. judo cards for two days at the Yasukuni Shrine Sumo Hall. Santel defeats Nagata by TKO in the first day.

1924, sua última luta registrada realizou-se em Los Angeles contra um lutador do Kodokan chamado Ota, a luta termina empatada.
O Jornal USA Today, em comemoração ao UFC 100 fez uma matéria com as 50 maiores lutas que mudaram ou fizeram o MMA.
A luta de Santel e Ito está em primeiro lugar na lista, seguida de Hélio contra Kimura e Lebell versus Savage.


Ad Santel def. Tokugoro Ito, 1914
Masahiko Kimura def. Helio Gracie, 1955
Gene LeBell def. Milo Savage, 1963
Todas essas lutas jogam por terra aquela velha estórinha de que judocas não lutavam desafios.



5) Mitsuyo Maeda__________________VS___________________Céu e Terra.


Mitsuyo Maeda (Foto) foi fundamental para o desenvolvimento do Jiu-Jitsu brasileiro através de seu ensino a Família Gracie. Ele era também um promotor da emigração japonesa ao Brasil. Maeda ganhou mais de 2000 lutas profissionais em sua carreira. Suas realizações levaram-no a ser chamado de "O homem mais durão que já existiu", e é referido como o pai do Jiu-Jitsu brasileiro e pró-MMA.
Em 1904, Mestre Jigoro Kano aconselhou Maeda a viajar para os Estados Unidos a fim de mostrar aos americanos as habilidades das artes marciais japonesas. Antes de partir, recebeu o quarto grau das mãos de seu mestre.
Mitsuyo Maeda foi formado junto com Soishiro Satake, um dos chefes da segunda geração do Kodokan, que substituiu a primeira até ao início do século 20.

Mituyo Maeda deixou o Japão através do porto de Yokohama
Naquela época, os norte-americanos já conheciam um pouco sobre Judô, uma vez que o então presidente, Theodore Roosevelt era um grande fã do povo japonês e de sua cultura, chegando a ter um instrutor particular de judô chamado Yamashita. Em busca de melhorar a defesa pessoal, alguns militares americanos também já aprendiam Judô em suas bases. Logo, cabia a Maeda e seus companheiros lutar contra os norte-americanos e provar a superioridade japonesa.
Hoje em dia, o judô perdeu muito das técnicas antigas, uma vez que os lutadores treinam para ganhar o ouro olímpico tendo de obedecer a uma grande quantidade de regras e tempo de luta .O Judô de hoje é muito diferente do de Maeda e Mestre Kano...


ROTEIRO DE VIAGENS

Estados Unidos_____1906
México____________1909/1910
Cuba_____________ 1910
Europa____________1911
América Central____ 1912/1913
América do Sul_____ 1913/1914
Brasil_____________ 14/11/1914

Maeda nas Américas

Tomita, Maeda e Satake navegaram de Yokohama, em 16 de novembro de 1904, e chegaram a Nova York no dia 8 de dezembro de 1904.Quando Maeda deixou o Japão, o Judô era ainda conhecido como “Kano Ju-Jutsu ou ainda, mais genericamente apenas “Ju-Jutsu”.
Kigashi, o co-autor de “Kano Ju-Jutsu”, escreveu o prólogo:
“alguma confusão surgiu com o emprego do termo “judo”. Para esclarecer, vou declarar que judo é o termo selecionado pelo Professor Kano para descrever seu sistema mais precisamente que Ju-Jutsu. Professor Kano é um dos líderes da educação no Japão. E é natural que ele deva velar pela palavra técnica que mais precisamente descreva seu sistema. Mas os japoneses geralmente ainda chamam pela popular nomeclatura Ju-Jutsu”.
Nos EUA ele e seu professor Tsunejiro Tomita fizeram várias demonstrações de judô, e ao contrário do que dizem, Maeda não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita) Os registros da época mencionam apenas que o Consul Uchida, acompanhado de Tomita e Maeda, foram a West-Point para dar uma palestra e fazer uma exibição. Em 21 de fevereiro de 1905, eles deram uma demonstração de Judô na Academia Militar dos Estados Unidos, em West Point. Tomita e Maeda realizaram o Nage-no-Kata, Koshiki-no-Kata, Ju-no-Kata, entre outros.
Tomita e Maeda demonstraram os movimentos do Judô, formalmente (wazas e katas), ou seja não fizeram uma luta ou treino livre (randori). Naturalmente, Tomita sendo menor e mais idoso, foi ele o Tori (quem aplicava os golpes) e Maeda o Uke (quem os recebia). Os militares americanos viam sem entusiasmo e, provavelmente, com desconfiança. Pediram então que aplicassem aquilo com eles... Maeda derrubou um cadete e o finalizou com facilidade.
Tomita foi desafiado por um cadete americano, um gigante jogador de futebol americano...
Tomita aceitou o desafio e parece ter falhado na aplicação do tomoe-nague, quando o gigante musculoso lançou-se sobre ele, Tomita calculou mal e o gigante americano ficou por cima, sem que Tomita saísse, por um tempo.
O incidente foi interpretado como uma grande derrota, e dizem alguns que foi o que inspirou Maeda a passar a lutar desafios. Mas a prática de japoneses desafiando lutadores orientais já era corrente, é possível que Maeda teria ido para o Ocidente já de olho nisso.
Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em Nova York, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, wrestling e etc). O Kodokan passou a não tolerar mais a participação de desafios, bem mais tarde, só depois da década de 1920, quando começara um esforço para transformar o Judô em esporte olímpico. Naquela época, o Kodokan queria mais era provar que o Judô era superior às formas de luta ocidental.
Quanto a Theodore Roosevelt, este foi discípulo de outro japonês da elite do Kodokan, Yoshitsugo Yamashita.
Em Nova York Maeda participou de várias lutas de vale-tudo para ganhar dinheiro. Na primeira, diante de um westler 20 centímetros maior e que gostava de ser chamado pela alcunha de "O menino açougueiro", Maeda derrubou o oponente várias vezes antes de finalizar na chave de braço. Três lutas e três vitórias depois, uma delas diante do então campeão mundial dos pesos pesados de boxe, Jack Johnson, Maeda iniciava a tradição que seria seguida no Brasil por Helio Gracie e seus discípulos em derrotar adversários muito mais altos e mais fortes. Os Estados Unidos já estavam pequenos demais para ele. Durante o período em que Maeda permaneceu em Nova York, conheceu um empressário de nome H. Martins, que imprecionado com a facilidade em que Maeda vencia seus adverssários e antevendo lucros fabulosos, com a concordância de Maeda, Martins publicou no New York Times um desafio com letras garraf

New Yok Times

"Pocura-se adverssários para Maeda, vinte dólares para quem vencê-lo."

Em 8 de fevereiro de 1907, Maeda e Satake chegaram em Liverpool, Inglaterra. Lá, juntaram-se com Akitaro Ono, que tinha ido a Londres para brigar pelo salão de música de Londres com o promotor William Bankier. Akitaro usaria o local para exposições.

No Reino Unido, Maeda teria vencido mais 13 lutas e em seguida foi para a Bélgica, onde fez mais uma vítima. Em Março de 1908, Maeda venceu Henry Irslinger, e a revista inglesa Saúde & Força descreveu a vitória como "um dos melhores duelos realizados na Inglaterra em muitos anos.".
Maeda também parece ter feito algumas lutas na Escócia, durante o mês de setembro de 1908, mas não se sabe ao certo se ele esteve lá, porque vários japoneses foram dar demonstrações de Judô e Sumo no norte europeu . Durante novembro de 1908, Maeda foi para Paris, França, aparentemente para ver o seu amigo Akitaro Ono.
De Paris, ele foi para Havana, Cuba, chegando lá em 14 de dezembro de 1908. Lá, muito antes de Fidel Castro sonhar em assumir o poder, quem mandava era Maeda. Foram ao todo 15 vitórias, em 23 de junho de 1909, Maeda deixou Havana e viajou para Cidade do México. Sua estréia na Cidade do México teve lugar no Teatro Virgínia Fabregas, em 14 de julho de 1909. Esse show foi uma demonstração privada para alguns cadetes militares.

6) Kato______________VS_______________________Hélio Gracie

Kato  lutou contra Hélio Gracie duas vezes. A primeira luta, no estádio do Maracanã, Kato aplicou mais de 30 quedas no brasileiro mas devido as regras, a luta  terminou empatada.. Hélio pediu então uma segunda luta, realizada no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Hélio ganhou a segunda luta estrangulando Kato. Abaixo parte do relato da luta entre Kato e Hélio escrito por Kimura em seu livro "My Judô".

"Depois de retornar do Havaí, eu fui para o Brasil por convite da São Paulo Shibun (Nota: Jornal local japonês em São Paulo). A São Paulo Shibun, que estava em prejuízo, teve a idéia de fazer pro wrestling para reviver os negócios. O período de contrato foi de 4 meses. Os participantes eram eu, Yamaguchi, e Kato 5º dan. Essa iniciativa foi de grande sucesso. Aonde quer que fossemos, a arena estava lotada. Isso fez o presidente Mizuno da São Paulo Shinbun muito feliz. Quando pedimos por aumento, ele triplicou o nosso pagamento inicial imediatamente. Em adição ao pro wrestling, nós ensinavamos Judô aonde quer que fossemos.
Um dia, Hélio Gracie, 6º dan de Judô, lançou um desafio a nós. A regra da luta era diferente da de Judô ou de pro wrestling. O vencedor era decidido apenas por finalização. Não importavava quão claramente uma queda fosse aplicada ou por quanto tempo um Osaekomi durasse, não importava. Ele lançou um desafio a Kato 5º dan primeiro. O gongo soou. Kato estava com bom condicionamento, e arremessou Hélio algumas vezes. Porém, passados 15 minutos, eu comecei a ver frustação no rosto de Kato. Os arremessos não faziam nenhum dano a Hélio já que o tatame era macio. Na marca dos 30 minutos, estava evidente que Kato estava cansado. "O que é isso, Kato, vá para o Newaza, não fique de pé!", a platéia japonesa gritava. Kato então derrubou Hélio com o-soto-gari, montou em Hélio, e começou um Juji-jime. A platéia gritava em empolgação. Mas, eu observei cuidadosamente, e Hélio também estava aplicando um estrangulamento de baixo. Eles estavam tentando estrangular um ao outro. Isso durou cerca de 3 ou 4 minutos. O rosto de Kato começou a empalidecer.
Eu gritei, "pare!" ao juíz, e pulei na arena. Quando Hélio liberou o golpe, Kato caiu no tatame, com a cara no chão. Dois dias depois dessa luta, eu vi estudantes de Hélio descendo uma rua da cidade carregando um caixão. Eles estavam gritando, "O judoca japonês Karo está nesse caixão. Ele foi morto por Hélio. Nós pedimos seu apoio para o mestre de Judô Hélio Gracie!"Do livro   "My Judo" de 1984.



7) Kimura_________________VS_________________________Hélio Gracie.

Em 1955, depois da derrota de Kato para Hélio Gracie, Kimura aceita o desafio do brasileiro, veja parte do livro "My Judô", onde Kimura relata sua luta com Hélio.


"Depois dessa luta, a popularidade de nosso show de pro wrestling declinou rapidamente. Os japoneses que encontrávamos nas ruas murmuravam, "eles devem ser fraudes, perdendo de um jeito tão patético." Hélio lançou um novo desafio, dessa vez a Yamaguchi. O presidento Mizuno do Jornal paulista também implorava, "Sr. Yamaguchi, por favor mate Hélio, dessa vez." Se ele lutasse Judô sob as regras japonesas, Yamaguchi era superior a Hélio tanto em Tachi-waza quanto no Newaza. Mas sob a regra brasileira, Se Hélio fosse imobilizado no chão, tudo o que ele tinha que fazer era ficar calmo e tomar cuidado para não ser pego em um estrangulamento ou chave. Hélio poderia lutar por um empate dessa maneira. Se ele usasse essa tática, seria difícil para Yamaguchi fazer Hélio desistir. Eu então disse a Yamaguchi, "Não se incomode para bolar um plano para fazer Hélio desistir. Eu aceitarei o desafio." Até o dia da luta, nós continuamos a fazer shows de pro wrestling todos os dias. Três dias antes da luta, um jornal local lançou uma grande manchete, dizendo que "Kimura não é um japonês. Ele parece um cambojano. Hélio não pode lutar contra um falso japonês." Eu fiquei surpreso de ver isso. Eu corri para a Embaixada do Japão com meu passaporte, e obtive uma prova que eu era japonês.
20.000 pessoas vieram ver a luta, incluindo o presidente do Brasil. Hélio tinha 1,80m e 80kg. Quando entrei no estádio, encontrei um caixão. Perguntei o que era. Me disseram, "É para Kimura, Hélio trouxe." Era tão engraçado que quase dei uma gargalhada. Enquanto me aproximava do ringue, ovos eram lançados em mim. O gongo tocou. Hélo me agarrou pelas duas lapelas, e me atacou com um O-soto-gari e Kouchi-gari. Mas ele não me moveu nem um pouco. Agora era minha vez. Eu o joguei no ar por O-uchi-gari, Harai-goshi, Uchimata, Ippon-seoi. Por volta de 10 minutos de luta, eu o lancei por O-soto-gari. Eu planejava causar uma concussão. Mas já que o tatame era muito macio não teve muito efeito nele. Enquanto continuava a lançá-lo, estava pensando em um modo de finalizar. Eu o arremessei por O-soto-gari novamente. Assim que Hélio caiu, eu o imobilizei por Kuzure-kami-shiho-gatame. Eu mantive por dois ou três minutos, e então tentei sufocá-lo pela barriga. Hélio balançava sua cabeça tentando respirar. Ele não aguentava mais, e tentou empurrar meu corpo esticando seu braço esquerdo. Nesse instante, eu agarrei seu pulso esquerdo com minha mão direita, e torci seu braço. Apliquei Udegarami. Eu pensei que ele iria desistir imediatamente. Mas Hélio não bateu no tatame. Não tive escolha a não ser continuar a torcer o seu braço. O estádio silenciou. O osso de seu braço estava se aproximando do ponto de quebrar. Finalmente, o som do osso quebrando ecoou no estádio. Ainda assim Hélio não desistiu. Seu braço esquerdo já estava inutilizado. Sob essa regra, eu não tinha outra escolha a não ser torcer o seu braço novamente. Tinha muito tempo ainda sobrando. Eu torci o seu braço esquerdo novamente. Outro osso quebrou. Hélio ainda não bateu. Quando tentei torcer o braço novamente, uma toalha branca foi jogada. Venci por TKO(nocaute técnico). Minha mão foi erguida. Japoneses brasileiros correram para a arena e me ergueram. Por outro lado, Hélio deixava seu braço esquerdo pendendo e parecia muito triste, resistindo a dor."
Do livro   "My Judo" de 1984.


8) Kimura _____________________________VS_____________________Waldemar Santana
Kimura fez duas lutas com o brasileiro, uma no estilo "vale-tudo", o outro nas regras do Jiu-jitsu Brasileiro.
Abaixo parte do livro "My Judô' onde Kimura relata sua luta contra Waldemar Santana.

"Em março de 1955, eu fui ao México para fazer lutas de pro wrestling. Oito meses depois, eu fui a França para ensinar Judô durante o dia e fazer Pro Wrestling à noite. Fiz o mesmo em Londres. Depois de passar quase um ano em Paris e Londres, respectivamente, eu fui para a Espanha ensinar Judô e fazer lutas de Pro-Wrestling, e fiquei lá por quatro mêses.
Então voltei a Paris para ensinar Judô por uma semana, e voltei ao Japão em janeiro de 1958. Assim que eu cheguei na estação Kumamoto, eu fiquei surpreso de ver 80 ou 90 mulheres bem vestidas alinhadas. Me perguntei se alguma celebridade tinha chegado a cidade. Minha pergunta foi logo resolvida. Sugiyama, vice presidente do "Cabaré Kimura", tinha alinhado as anfitriãs. Antes de eu partir para o México, eu deixei-o administrando o cabaré. Enquanto trabalhava como dono do cabaré, eu contatei promotores de Pro-Wrestling em Londres, França Alemanha e Brasil. O Sr. Takeo Yano no Brasil me respondeu imediatamente. Ele era da prefeitura de Kumamoto, e tambem um graduado da Chinsei Junior High, oito anos antes de mim. Decidi ir ao Brasil novamente.

"Se você se recusar a lutar hoje, a platéia furiosa vai colocar fogo na arena. Se essa arena for queimada, vou fazê-lo ser o responsável pelos danos., o promotor me disse de maneira agressiva. "Não seja ridículo", Yano rapidamente respondeu, e contiou, "o médico disse a ele para não lutar. Ele não está em condições de luta. A luta deve ser adiada". Eu tinha torcido meu joelho esquero quando demonstrava técnicas de Judô no Rio de Janeiro. Mas a arena já estava lotada, mais de 5000 pessoas estavam esperando fora da arena. A hora da luta começar já tinha passado. A platéia estava vaiando. Para o promotor, o dinheiro era mais importante do que minha lesão. Eventualmente, eu e Yano fomos levados a uma sala onde três policiais negros estavam reunidos. Um homem pequeno apareceu por trás dos policiais, e disse a mim, "você é um japonês, Sr.Kimura, não é? Meu pai também é japonês. A um tempo atrás um boxeador não lutou devido a uma lesão. A platéia então ficou tão furiosa que colocou fogo na arena. A arena queimou por inteira. Ninguém sabe quem começou o incêndio. Além disso, o boxeador foi alvejado com uma pistola em sua volta para casa.
Foi morto instantaneamente. Ninguém sabe também quem disparou nele. Sr. Kimura, é melhor você lutar esta noite. Mesmo se perder, é melhor do que ser morto por tiros." Ele também disse que era o único japonês na cidade, e todo o resto eram negros.

Agora eu tinha que tomar uma decisão. Meu oponente Waldemar Santana era um homem negro de 25 anos, e era um campeão peso-pesado de boxing. Ele era quarto dan em Judô, e também um campeão de capoeira. Tinha 1,83m, um corpo bem proporcional e físico impressionante. Seu peso era próximo de 100kg. A Bahia, onde a luta aconteceu, é uma cidade portuária onde os escravos negros eram descarregados. Os escravos eram proibidos de portarem armas. Como resultado, muitos estilos de artes marciais foram desenvolvidos por eles, eu escutei. Vale Tudo é um desses estilos marciais. No sul de São Paulo, Pro Wrestling é popular. Mas conforme se avança para o norte, mais popular o Vale Tudo se torna. Hélio Gracie, com quem eu tinha lutado previamente, era um campeão em Vale Tudo. Mas Waldemar Santana desafiou-o no ano passado (Nota: 1957), e depois de duas horas e dez minutos, Hélio levou um chute no abdomên, não pôde se levantar, e foi nocauteado. Então, Waldemar se tornou o novo campeão. No Vale Tudo, nenhuma falta é permitida. Uma falta é desqualificação imediata. Não é permitido calçados. Quando os lutadores são separados, não são permitidos golpes com os punhos, e eles tem que golpear com a mãos abertas. Mas assim que entram em contato, qualquer tipo de golpe é permitido com excessão de golpes na região da virilha. Todo tipo de queda e chaves eram permitidas. Já que golpes a punhos nus eram trocados, receber dois ou três golpes no olho significava fim da luta. Me disseram que havia muitos casos em que um lutador foi acertado no olho com uma cotovelada, e o globo ocular saltava da órbita pela metade, e então carregavam-o para o hospital em uma ambulância. Então, havia sempre duas ambulâncias na entrada da arena.
"Eu não tenho escolha, irei lutar." Eu disse. Então, o promotor abriu um sorriso, tirou um formulário e me disse para assiná-lo. Yano traduziu seu conteúdo, que dizia, "Mesmo se eu morrer nessa luta, isso era o que eu desejava, não farei ninguém responsável pela minha morte." Eu acenei, e assinei o formulário. No caminho para o ringue, alguém levantou seu braço e acenou para mim. Era Hélio Gracie, a quem eu não via a vários anos. Hélio estava sentado na área de transmissão por rádio. Ele era comentarista da luta. O gongo soou. Ademar e eu circulamos o ringue primeiramente. Eu levementente extendi meus dedos em uma postura "half-body" (Alguém sabe a tradução desse termo?) e me preparei para seus chutes. Waldemar, também em uma postura half-body, encolheu o queixo e os braços, como faria em uma luta de boxing. De vez em quando, ele desferia chutes altos em direção a minha cabeça. Eu bloqueei os chutes com minhas mãos, e devolvi um chute com minha perna direita. Ademar começou a desferir chutes rodados com ambas as pernas. eu dava um passo para trás e desviava-me deles, mas de repente, recebi um impacto em meu rosto que queimou como fogo. Foi um tapa com a mão aberta. Negligenciei suas mãos, prestando muita atenção aos seus chutes. Fui atingido na têmpora, e o centro da minha visão começou a embaçar, chutes rodados da direita e esquerda vieram. Quando bloqueei seu chute direito com minha mão mãe esquerda, uma dor trementa veio da ponta do meu mindinho até a parte de trás da mão. Tinha esmagado meu dedo. Troquei chutes com ele. A platéia inteira estava de pé com a emoção. Mesmo nessa situação, eu estava apto a pensar claramente. Enquanto pensava "Waldemar está um nível acima de mim tanto em chutes quanto com golpes com a mão aberta. Para vencê-lo, preciso levar a luta para o chão", outro chute atingiu meu abdômen.
Eu golpeei o chute com um golpe de esquerda de faca de mão, e pulei para aplicar uma cabeçada em seu abdômen com um ímpeto capaz de atravessar seu corpo. Isso deve ter afetado-o. Ele cobriu o abdômen, e recuou enquanto balançava. Eu queria chegar perto dele, derrubá-lo, ficar por cima e usar Newaza. Tive sucesso nisso, e pude usar cotoveladas e cabeçadas. Waldemar se recuperou dos danos, e me deu um chute na cabeça novamente. Eu me desviei do chute e me arremessei para um clinch. Eu consegui um clinch apertado para evitar dele usar joelhadas ou cotoveladas. Ficamos nas cordas. De repente, eu recebi um impacto devastador na cabeça, e ouvi um som agudo soar no meu ouvido direito. e fiquei momentaneamente inconsciente. Eu tinha recebido uma cabeçada na têmpora esquerda. Foi uma cabeçada lateral. Eu pensei que todas as cabeçadas viriam da frente. Nunca tive conhecimento de uma cabeçada lateral. "Não posso perder aqui. Devo vencer ou morrer", pensei. Guiado pela vontade, tentei achar um caminho para voltar à luta. O juíz então separou-nos. Já estávamos cobertos por sangue. A luta foi levada para o centro do ringue novamente. Waldemar lançou um tapa com a mão direita. Peguei seu braço e tentei um Ippon-seoi. Parecia que eu poderia conseguir um arremesso limpo. Porém, foi um cálculo equivocado. Estávamos ambos cobertos por suor e muita água tinha sido jogada em nossas cabeças. Além do mais ele não vestia kimono. Não havia como uma técnica assim funcionar nestas condições. Seu braço deslizou, e meu corpo rotacionou no ar e atterisei em minhas costas. "Estraguei tudo!" gritei em minha mente, mas muito tarde. Ademar imediatamente pulou em mim. Se conseguisse subir em meu peito, poderia golpear livremente meus olhos, nariz e peito com cotoveladas. Peguei-o com uma tesoura de corpo. Apertei seu corpo coom toda força na esperança de partir seu intestino. Waldemar desmoronou por um momento, mas não desistiu. Já que a tesoura de corpo não finalizou-o percebi que estava numa posição desvantajosa.
Quando levantei minha cameça, vi centenas de estrelas. Recebi um soco direto entre meu nariz e meus olhos. Foi um golpe bem direcionado. A parte de trás da minha cabeça bateu no tablado.(Foto Waldemar Santana)
Além disso, uma forte cabeçada atingiu meu abdômen. Eu senti que meus orgãos iriam se partir em pedaços, Uma, duas vezes, enrijeci meus musculos abdominais para aguentar o impacto, e esperei um terceiro ataque. Quando a terceira cabeçada veio, meu punho direito pegou o rosto de Waldemar de encontro. Acertei entre seu nariz e olhos. Sangue espalhou-se. Eu também estava coberto pesadamente por sangue. O sangue intergeria minha visão. "Mate-o, mate-o!" o demônio em minha cabeça gritava. Waldemar balançou, recuou e tentou correr com as costas nas cordas. Eu persegui-o lançando chutes e golpes de mão aberta. Ele lançou cabeçadas e cotoveladas. Mas, nenhum de nós conseguiu um golpe decisivo. Estávamos exaustos, ou talvez o sangue em nossos olhos preveniram que os golpes fossem certeiros. Depois de passado os 40 minutos, a luta terminou em um empate. Foi minha primeira experiência no Vale Tudo. Naquela noite, meu rosto estava terrivelmente inchado. Tinha cortes no rosto. Toda vez que respirava, uma dor excruciante percorria minha barriga, e não podia dormir. Recebi uma injeção do médico, e refresquei minha barriga com uma toalha molhada à noite. Porém, aprendi uma lição muito importante naquela luta. Que é, nunca deve-se temer a morte. Se eu não tivesse uma vontade de ferro de lutar apesar da possibilidade de ser morto, suas cabeçadas podiam ter partido meu intestino em pedaços.
Eu descansei por uma semana depois dessa luta, e deixei a Bahia para ir para São Paulo."

Do livro   "My Judo" de 1984.




9) Gene Lebell____________________VS_________________Milo Savage

Ivan Gene LeBell (nascido em 9 de outubro de 1932) é um ex-campeão americano de Judô, instrutor, intérprete de dublê , coordenador de dublês e lutador profissional nascido em Los Angeles, Califórnia . LeBell já trabalhou em mais de 1.000 filmes e séries de TV e é autor de vários livros. Em agosto de 1963 foi lançado um desafio por uma revista da época de Judô vs Boxe, um judoca chamado Gene Lebell lutou e venceu o campeão de Boxe Milo Savage na primeira luta televisionada de MMA nos EUA.


Em 2002, Gene LeBell foi promovido ao Décimo Dan em Judo por Jon Bluming na Holanda.
Em 7 de agosto de 2004 foi promovido a Décimo Dan pela Associação Mundial de Artes Marciais.
 Em fevereiro de 2005, foi promovido ao Nono Dan no Judô Tradicional Kodokan pela USJJF. http://www.usatkj.org/

10) Takeo Yano________________VS_____________________Céu e Terra.

Takeo Yano foi um dos pioneiros do Judô no Brasil, viajou por todas as partes aceitando todos tipos de desafios para provar a eficiência da arte.
Yano fez lutas memoráveis contra grandes lutadores da época, inclusive tendo enfrentado a Família Gracie em desafios de Jiu-jitsu.
Yano lutou com Hélio Gracie em uma luta que terminou empatada, também lutou com George Gracie, que mais tarde se tornaria um grande amigo, também lutou com o lendário Mestre Tatú da Luta-livre, viajou por todo o Brasil divulgando a arte do Kodokan que  naquela época ainda era conhecida como "Ju-jutsu", ou Jiu-jitsu, grafia mais conhecida no Brasil.
 De acordo com o historiador Rildo Heros, Yano  chegou ao Brasil em 1931 e veio para o Amazonas trabalhar no municipio de Parintins pela Escola de formação Kotakusen ,  não se adptando ao clima quente do interior do Amazonas, se estabeleceu em Manaus onde montou academia de Judô no periodo de 1932 a 1935, depois foi para Belém onde passou uma temporada dando aulas na academia do Conde Koma, em 1936 foi para o Rio de Janeiro e São Paulo realizando várias apresentações e desafios,  tendo lutado inclusive com o Helio e George Gracie, nos anos 40 e 50 ele esteve no nordeste, Fortaleza, Recife, Natal deixou uma grande geração de lutadores como Ivan Gomes, Indio, Euclides Pereira e  muitos  outros..Hoje, esse guerreiro é muito pouco lembrado, mais foi um grande lutador de Judô que todas as gerações deveriam conhecer um pouco de sua grandiosa história. (Foto, Yano e equipe de Judô em 1983)

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5 comentários:

Espetacular postagem!

Muito legal o seu Blog e infelizmente as artes marciais tradicionais estão se perdendo no mundo! São podadas apenas para campeonatos, ou mixadas em algo vulgar, também para campeonatos!
Isso ocorre desde das artes marciais japonesas até as chinesas!
Seu trabalho está sendo ímpar! Continue com ele, pois precisamos de mestres verdadeiros e não de medalhistas.
Aproveito para pedir você sabe de alguma academia tradicional de Judô em Santos-SP, para minha filha.
Obrigado.

Elton é um dos maiores pesquisadores deste país!

Parabéns. Riquíssimo conteúdo. Gostaria de mais fontes como essa do livro de kimura.

Belo post amigo , takeo yano era meu avô!
Quando ele faleceu eu só tinha 1ano , não o conheçi mas foi um grande homem na história do judô no Brasil