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domingo, 14 de setembro de 2008

Acharam Jigoro Kano!



No número 149 da Tatame, revista especializada em Jiu-jitsu e MMA, foi feito uma reportagem de título "o legado do judô'nessa reportagem trocaram as "bolas", confundiram Jigoro Kano com Imai Kotarō mestre da Takenouchi-ryu jujutsu, no numero 150 a revista se retratou e corrigiu o erro descrevendo corretamente as escolas e seus representantes, dessa vez acharam Kano também...
"Na foto pubicada na página 39 da edição # 149, Jigoro Kano está de bengala na mão sentado, enquanto o destaque foi marcado sobre o rosto de Kotaro Imai do Takenouchi-ryu. a imagem, que recebeu dezenas de cartas, foi retirada da pubicação "Complete guide to Koryu Jujutsu" (pagina 222)e mostra areunião realizada em Kyoto no ano de 1906 sob a tutela da "Dai Nippon butokai", (agencia do governo japonês criada em 1895 para solidificar, promover e padronizar todas as artes marciais)14 mestres representam dez escolas diferêntes de jujutsu, ebtre eles seis membros do Kodokan-incluindo Kano em pessoa, reúnem-se para desenvolver um padrão comum de katas (jujutsukatas)."

A errata da edição 149.



2 comentários:

  1. Cópia do e-mail que mandei a revista:


    Gostaria de salientar que o destaque na foto sobre o Butokukai Seiteigata Ju-jutsu está completamente errado! O destaque foi marcado sobre a foto de Kotaro IMAI do Takenouchi Ryu. Jigoro Kano está sentado, na primeira fila, com a bengala a mão.

    A ordem correta da direita para esquerda, da linha de frente.

    HIRATSUKA Katsuta (Kagawa) Yoshin Ryu
    YANO Koji (Kumamoto) Takenouchi San-To Ryu
    SEKIGUCHI Jushin (Wakayama) Sekiguchi Ryu
    TOTSUKA Eibi (Chiba) Yoshin Ryu
    KANO Jigoro (Tokyo) Kodokan Judo (Kito Ryu e Tenjin Shinyo Ryu)
    HOSHINO Kumon (Kumamoto) Shiten Ryu
    KATAYAMA Takayoshi (Kagawa) Yoshin Ryu
    EGUCHI Yazo (Kumamoto) Kyushin Ryu
    INAZU Masamizu (Kyoto) Miura Ryu

    Linha de pé da direita para esquerda:

    YAMASHITA Yoshiaki (Tokyo) Kodokan Judo (Kito Ryu)
    ISOGAI Hajime (Kyoto) Kodokan Judo kyoshi (Kito Ryu)
    YOKOYAMA Sakujiro (Tokyo) Kodokan Judo (Tenjin Shinyo Ryu)
    NAGAOKA Shuichi (Kyoto) Kodokan Judo (Kito Ryu)
    TAKANO Shikataro (Okayama) Takenouchi Ryu
    TANABE Matauemon (Himeji) Fusen Ryu
    IMAI Kotaro (Okayama) Takenouchi Ryu
    SATO Hoken (Kyoto) Kodokan Judo (Sato Ryu)
    OSHIMA Hikosaburo (Kagawa) Takenouchi Ryu
    TSUMIZU Mokichi (Wakayama) Sekiguchi Ryu
    AOYAGI Kihei (Fukuoka) Sosuishitsu Ryu

    Não é uma reunião de todos as escolas de Ju-jutsu japonesas, mas sim da mais representativas. Ao todo são mais de 300 escolas (koryu).

    Os representantes do Kodokan, são todos menkyo kaiden (licença de transmissão completa da arte) de escolas de Ju-jutsu tradicional. Não estavam na reunião como representantes do Kodokan apenas, mas como representantes de suas escolas de origem.

    A escolas mais significativas na formação do Judô são o Kito Ryu e Tenjin Shinyo Ryu. Houveram outras influências bem menores do Sekiguchi Ryu e do Sosuishitsu Ryu.

    Kano, Isogai, Yamashita e Nagaoka eram mestres do Kito Ryu.

    Kano e Yokoyma eram mestres do Tenjin Shinyo Ryu.

    A luta de solo, chaves e os estrangulamentos surgiram em um contexto japonês bem específico. A vestimenta dos samurais, o yoroi, pesava bastante e sua armadura o fazia um perfeito escudo para socos, chutes, as conhecidas técnicas de atemi. Os pontos vulneráveis do yoroi eram justamente as articulações e o pescoço. Então essas técnicas surgiram para tirar proveito desses pontos fracos.

    Dizer que a origem para essas técnicas é indiana é um completo disparate. Não há evidência histórica nenhuma nesse sentido. O máximo que se encontra de origem externa a cultura japonesa são os atemis que se integraram as escolas de Ju-jutsu mais tardiamente já no período Edo, justamente quando caiu o uso do yoroi, vindos da China continental. E o princípio Ju que tem origem na filosofia Tao.

    As lutas corporais são comuns a praticamente todas as culturas humanas. Os povos do alto Xingu que estão na América a cerca de 10.000 anos, praticam o Huka-Huka, um estilo de lutas com quedas e técnicas de solo. Seguramente essas técnicas não tem origem na Índia.

    Maeda estudou no Kodokan de 1897 a 1904, 7 anos. Foi aluno da segunda geração, junto com Mifune. Um dos principais professores de Maeda, enquanto esteve no Kodokan e na universidade de Waseda foi Sakujiro Yokoyama, que era mekyo kaiden de Tenjin Shynio Ryu.

    Não há evidência histórica alguma que Maeda tenha estudado qualquer escola de Ju-Jutsu. Mesmo que o tivesse feito, muito provavelmente teria sido a escola Tenjin Shinyo Ryu, que era praticada com hakana e em uma superfície de madeira. O ponto forte do Tenjin Shinyo Ryu é o uso de atemis para provocar o desequilíbrio (kuzushi), seguindo-se uma projeção e a finalização com uma técnica de solo, isso na forma de Kata. Nada que lembre nem de longe a maneira de lutar praticada no "Jiu-jitsu" brasileiro. Sequer havia randori no Tenjin Shinyo Ryu, mas é do onde origirinam-se a maior parte das técnicas de solo do Judô.

    O judogui usado no Judô hoje em dia foi usado pela primeira vez em 1915. Anteriormente as mangas eram bem mais curtas e calças também, era a vestimenta que ficava por baixo do yoroi, portanto tem origem no Kito Ryu, de onde provém a maior parte das técnicas de projeção do Judô.

    Recomendo a todos os praticantes de Jiu-jitsu folhear a obra Judo Taikan de Join Oda, 9°. Dan, publicada em 1929. São 1500 páginas em dois volumes, o segundo exclusivo de Newaza. Está tudo lá, em mínimos detalhes. A obra está disponível no biblioteca do Kodokan. Oda, junto a outro 9°. Dan, Kanemitsu, foram os criadores do Sankaku-jime e Sankaku-gatame, isso em 1910.

    Atualmente o acesso a literatura japonesa do início do século passado é cada vez mais fácil, principalmente por causa da Internet.

    Seguramente o Jiu-jitsu brasileiro tem muito a reincorporar ao Judô moderno, principalmente toda a cadência e mobilidade no solo que o mesmo foi perdendo ao longo dos anos, graças as regras competitivas.

    Mas a comunidade do Jiu-jitsu certamente ficará cada vez mais exposta ao escrutínio histórico, se não rever sua história e adequá-la a realidade factual.

    -- Fred

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  2. Olá fred!
    mais uma vez contribuindo com seus grandiosos comentários...
    com o advento da comunicação (internet)temos fácil conhecimentos sobre certos fatos históricos, contra fatos não existem argumentos...
    abraços

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